Ilha das Cobras: a curiosa ilha tomada por serpentes no litoral brasileiro 

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emili

21 de setembro de 2023

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    A Ilha das Cobras, conhecida como Ilha da Queimada Grande, fica localizada no Brasil, a 36 km do litoral sul de São Paulo, entre a cidade de Peruíbe e Itanhaém. O local contém a maior concentração de serpentes do Brasil, segundo os biólogos do instituto Butantan que estudam os animais desde 1911. Os estudos realizados estimam que a quantidade de cobras na ilha da Queimada Grande seja de pelo menos 11 mil. 

    O local abriga duas espécies específicas de jararaca: a Ilhoa  (Bothrops insularis) e a Dormideira  (Dipsas mikanii). A primeira delas é  endêmica da ilha, ou seja, não ocorre em nenhum outro lugar no mundo. 

    A concentração de serpentes só perde para a Ilha de Shedao, na China, que abriga por volta de 20 mil desses animais. Na Queimada Grande também habita em torno de 30 outras espécies de aves, além das aves migratórias que visitam a ilha em determinados períodos do ano, também existem três espécies de anfíbios endêmicos, três espécies de lagartos, dois tipos de cobra cega e 70 espécies de aranhas, todas devidamente catalogadas pelos cientistas. 

    Os estudos mais recentes do instituto relatam o desenvolvimento da espécie, por conta de seu isolamento geográfico, a partir da separação desse pedaço de terra há cerca de 10 mil anos. Uma vez isoladas, as jararacas evoluíram e se adaptaram às estruturas da ilha 

    Qual a diferença entre a jararaca-ilhoa e as cobras encontradas no continente?

    A jararaca-ilhoa, exclusiva da ilha das cobras é considerada uma das serpentes mais perigosas do mundo, apesar da ilha ser a segunda com maior número de cobras é a primeira com o maior número de cobras endêmicas, ou seja, ela só pode ser encontrada na Queimada Grande. Pesquisadores do Butantan tiveram contato com a jararaca-ilhoa no início do século 20, mas ela já tinha sido identificada como uma nova espécie pelo  herpetólogo Afrânio do Amaral, também pesquisador do instituto,  em 1921. 

    Diferente das suas parentes continentais, a Ilhoa desenvolveu a capacidade de subir em árvores, o que não é normal para as cobras do continente. Sendo assim, ela se tornou a única cobra do Brasil capaz de viver no alto, isso aconteceu devido a necessidade de se alimentar com a única presa disponível: as aves. 

    Além disso o seu veneno é altamente tóxico, é considerado 12 a 20 vezes mais forte do que as outras, uma picada da Jararaca pode levar uma pessoa a óbito em um período de 6 horas. 

    Civilização na ilha

    A ilha foi descoberta em 1532 pela expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza. Nos tempos de hoje não é permitido a visitação de pessoas que não sejam especialistas, justamente por conta do perigo que as cobras oferecem.

    Além disso, quem entra na ilha precisa seguir um esquema rígido de proteção e estar acompanhado de um suporte médico.  

    Apesar do perigo, o lugar ainda é alvo de piratas e traficantes de animais que invadem o local para capturar e vender a espécie no mercado clandestino, já que cada Jararaca-ilhoa pode valer até 30 mil reais.  

    No meio da ilha também é encontrado um farol, o qual foi implantado pela marinha no início do século XIX  e os faroleiros residiam lá para fazer a manutenção.   O faroleiro Antônio Esperidião da Silva, por exemplo, foi responsável por enviar exemplares de jararacas – ilhoa para o Butantan, o que resultou no início das pesquisas com a espécie. 

    Já em 1925, quatorze anos depois, os faroleiros foram retirados da ilha e o farol foi automatizado. Hoje a área é considerada como uma área de relevante interesse ecológico e é tombada como uma unidade de conservação federal. 

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